Programa de Uso Racional da Água

Você sabia que a quantidade de água disponível na Bacia do Alto Tietê, onde fica a Região Metropolitana de São Paulo, é de 200 mil litros por habitante ao ano, o que corresponde a 1/10 do valor recomendado pela Organização das Nações Unidas (ONU) para atender as necessidades de consumo e higiene? Isso acontece por conta do grande número de pessoas vivendo na região, que é maior do que a capacidade de recursos hídricos disponíveis que a Bacia pode atender de forma ideal.

Diante deste quadro, a Sabesp criou o Programa de Uso Racional da Água, em parceria com a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) e o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). O programa combina tecnologia e mudanças comportamentais para promover o consumo consciente e combater o desperdício.

A proposta tem como objetivos:

• Conscientizar a população sobre o valor da água;
• Ampliar a vida útil dos mananciais de modo a garantir o fornecimento de água;
• Reduzir custos com tratamento de esgotos, diminuindo o volume dos mesmos;
• Diminuir o consumo de energia elétrica, produtos químicos e outros insumos nos sistemas de abastecimento de água e esgoto.

Com o Programa de Uso Racional da Água, é feito o levantamento do volume de água utilizado, adotando medidas para monitorar as instalações hidráulicas e identificar possíveis vazamentos.

Após a verificação e conforme necessário, são indicados reparos nas instalações hidráulicas e na estrutura interna das edificações, bem como a substituição de equipamentos convencionais por economizadores. Além disso, são realizadas palestras e orientações para promover a modificação dos hábitos de consumo. O retorno do investimento é rápido e, em alguns casos, imediato.

Como Surgiu

O Programa de Uso Racional da Água foi criado pela Sabesp em 1996, em parceria com a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) e o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT).

Inicialmente, foi estabelecida a estrutura necessária. Em seguida, foram implementados projetos pilotos que possibilitaram o desenvolvimento de metodologias para medir o consumo de água em hospitais, escolas, cozinhas industriais, prédios comerciais e condomínios. Os resultados obtidos foram surpreendentes, permitindo a identificação tanto o consumo por habitante, como o potencial para reduzir o volume de água utilizado.

Confira na tabela abaixo o consumo por habitante em diversos locais:

Consumos específicos por natureza (fonte: Decreto Estadual 45 805, de 15/5/2021)

Como Funciona

Ao adotar o Programa de Uso Racional da Água, especialistas apontam onde estão os maiores “vilões” do desperdício para analisar e combater as causas. Normalmente, há divisão entre consumo interno - banheiros, cozinha, ambulatórios e laboratórios - e os externos - área de jardim, estacionamento ou outros locais fora do imóvel.

Na etapa de vigilância do consumo, além de detalhar os pontos de uso, pode-se adotar a telemedição, que consiste na instalação de medidores para leitura e acompanhamento dos gastos à distância. Na Universidade de São Paulo, por exemplo, existem diversas faculdades e o trabalho ali desenvolvido consistiu em instalar equipamentos para medir à distância e online, identificando o consumo em diferentes horários. Caso fossem registradas alterações durante a madrugada, havia sinais de perdas por vazamentos já que as unidades permanecem fechadas. Sem esta técnica, um problema de vazamento poderia levar anos para ser identificado, gerando gastos excessivos e desnecessários.

Essa tecnologia, integrada a programas e central de computadores, permite que os responsáveis pelo programa vejam qual é a demanda de água para cada ponto, com registro de dados e informações de forma rápida, diferente da medição mensal.

Hábitos e Costumes

Um ponto muito importante do Programa de Uso Racional da Água é a análise dos hábitos de consumo, que requer uma identificação detalhada para determinar se os maiores gastos acontecem na cozinha, áreas externas ou banheiros. Essencial observar, registrar e falar com as pessoas para compreender a dinâmica.

A disseminação das dicas e orientações são importantes para alcançar bons resultados. Palestras, reuniões e campanhas de conscientização são criadas para modificar padrões de consumo e alcançar a redução do volume utilizado.

Por exemplo, em uma escola, após a implementação do Programa de Uso Racional da Água, a média diária de consumo diminuiu de 14 litros para 6 litros por aluno. Já num prédio administrativo, o consumo, que anteriormente era de 32 litros por pessoa, reduziu para 25 litros.

Equipamentos Economizadores

Torneiras com arejadores podem reduzir o consumo de água em até 75%. Veja a comparação entre equipamentos convencionais e economizadores:

- Torneira de Pia - abertura 1 volta
- Ducha - abertura total
- O regulador de vazão permite o usuário regular de acordo com sua necessidade

Fonte: Relatório Mensal 3 Projeto de Pesquisa Escola Politécnica / USPxSABESP - Junho/96 e informações técnicas da ASFAMAS.

Antes de adquirir os equipamentos, é importante verificar o seguinte:

• Se os fabricantes dos produtos participam do Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat;
• Se os produtos ofertados obedecem às especificações técnicas;
• Se os produtos têm garantia mínima de 05 anos contra defeitos de fabricação de qualquer peça fora dos padrões exigidos nas especificações técnicas, bem como a garantia de sua reposição imediata.