Diferentemente da energia elétrica, que volta imediatamente às residências após um apagão, a água se desloca em ritmo muito mais lento e, em casos de rodízio, a demora pode ser ainda maior em áreas mais altas. Ela precisa ser bombeada nas tubulações a partir dos reservatórios, passando pelas redes nas ruas até chegar às casas e prédios. Em caso de rodízio, quando o abastecimento é retomado, as moradias mais próximas dos reservatórios recebem água antes. Quando esses imóveis estão abastecidos, a água avança para as casas seguintes. Quem mora em bairros mais altos vai receber a água por último. O mesmo acontece com os bairros que ficam mais distantes dos reservatórios. Essas moradias serão as primeiras a ficar sem água e as últimas a recebê-la novamente.
Queda de energia: falhas no fornecimento de energia prejudicam o abastecimento. Sem eletricidade, o bombeamento para e a água não avança até as casas. Se a luz elétrica cair no momento em que o abastecimento for retomado, a população continuará sem água, especialmente nos pontos mais altos e distantes.
Falta de caixa-d’água: em caso de rodízio, os imóveis com caixa-d’água contam com um estoque, uma reserva. Por norma da ABNT, cada imóvel deve ter um reservatório desse tipo com volume suficiente para garantir o abastecimento durante 24 horas. Na prática, porém, muitas casas e prédios não têm caixa-d’água ou têm uma com capacidade menor do que o necessário. Assim, elas sofreriam com o rodízio, principalmente nas áreas periféricas, em que a caixa-d’água não é tão comum.
Rachaduras e vazamentos nas tubulações: quando é adotado o rodízio, as tubulações e suas juntas ressecam, já que a água deixa de passar. Isso favorece o surgimento de rachaduras, o que pode gerar vazamentos.
Quebras de equipamento: a operação de abertura e fechamento da água é feita por válvulas, que serão muito mais demandadas em caso de rodízio. Assim como uma torneira dentro de casa pode quebrar mais rápido se for usada em excesso, essas válvulas podem apresentar falhas, prejudicando a população.